quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

bloco

Ele acorda todo dia com o humor da cidade. Com o humor de cada pessoa que encontra pela rua. A onde vá, todos o olham como diferente. E é. Sensivel ao que a cidade lhe exprime. Não guarda vestigios de que não está gostando. Fala sem perceber, e quando percebe, não se importa, já aconteceu mesmo. É mais puro que o ar que respira, mas tão transparente quanto.

Vive por seus impulsos, as vezes sem nada na cabeça, e sem perceber que a vida passa, e como é curta, vendo que a cidade anda mais rápido que ele mesmo. As vezes se atormenta por não conseguir acompanha-la, por se perder no meio de tudo e se culpa de desatento.

Inventa seus proprios significados, se julga inteligente, e procura saber apenas sobre o que lhe interessa. Faz mau uso de si. Tem medo das pessoas que queria gostar. Medo de desapontá-las. Medo de perde-las.. e as perde por isso. Ama tudo que acha novo. Esquece o velho. Sua vida se transforma, cada vez mais nova, e se perde por falta do antigo.

Ao roer as unhas numa praça, flanando pelos prédios, se sente mais um. E não é isso que ele achava ser. E prossegue, por não fazer falta a ninguem.. triste...

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