segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

textura

O espaço, o ar, o tempo ainda não fazia diferença ali. O vazio repleto de outras pessoas desconhecidas em volta servia te contratempo escuro e não havia necessidade de olhar pra ele. Nem para ela. À ela eu sentia. Sintonia. Nossos corpos embalados pela música e pelo desejo de um ao outro. Nossos rostos próximos propiciava que nossos labios se encostassem, mas não nos beijavamos. Por um tempo foi bom assim. Mas os labios enfim deixaram de ser apenas labios e sim bocas. Completas. Dentes. Labios. Linguas. Uma canção. Dois quadris. Uma textura irresitivel no corpo dela vinha de sua blusa. Era ótimo abraça-la e a acariciar durante. Uma noite de mentira e de sentimentos descartáveis que alimentavam a libido. Todos os equivocos poderiam ser consertados depois, não havia necessidade de discussões.
Enfim o as pessoas que formavam o vazio o tornaram cheio. E a noite deixara de ser escura. Não havia mais música. E uma duvida a mim resta. Terá revanche?

2 comentários:

pat m. disse...

Sam,

não se trata de achar conexões, mas de ver (e o olhar é uma vida e uma morte). e isto não me parece uma bobeira...
sobre fotografar, filmar: não acho que faça tanta diferença. tal como entendo, há já imagens demais no mundo - muitas delas sim, "de bobeira"; quando não hegemônicas, reificantes, padronizantes...

Anônimo disse...

cara, publica mais aí... muito lindo...