quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

níquel

sentia o frio do concreto pelo corpo, embrulado em suas coisas, panos ou não, abraçando sua vodka e na outra mão uma moeda. A primeira coisa que faria ali quando levantasse seria comprar pra ti uma laranja. Lembrar seus velhos tempos ond bebericava hi-fi com os amigos. Quando tinha dinheiro e saia sem misérias. Aperta forte a moeda e os olhos também. olha fixamente para um ponto enquanto todos aqueles pés passam pela frente. O primeiro impulso seria comprar aquela fruta. Seu desejo. Mas a preguiça ganha da gravidade. E é naquela posição que permanesce por muito tempo. Preguiça. Sono. Vergonha. Fome. Sede. Sua mão que apertava a moeda perde um pouco de força. e ela sai rolando pelo chão de areia cimento e brita. A moeda gira. Mudando de piso. Agora de pedra. Vários pés a atravessam, mas nenhum a acerta. Há um bueiro na frente e é pra onde ela gira. Os sulcos no seu lado não parecem fazer a moeda parar. E o gosto de Hi-Fi se desfaz na boca. Um pouco de desilusão correi seu coração. A 3cm da boca do bueiro um pé lhe ataca por cima. e a moeda para. Seus pelos se arrepiam. Até perde um pouco da preguiça e sono que lhe prendiam ao chão. Ela esta longe do alcance de seu braço. Há uma selva de pés entre sua mão e a rodinha de níquel. resolve esperar a situação aquietar-se. Demora. Inquetação. Consegue fazer um movimento a frente. O movimento já é pouco. O chão é mais frio. A vodka aquesce. Denovo uma tentativa de aproximação. Estende a mão. Ela está perto agora. E como uma cobra, caminha ateh a moeda. Segura e a trás ao peito. Suspira... E imagina o dia que vai conseguir levantar e lhe conseguir uma laranja.

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